quinta-feira, 2 de abril de 2009

Jornalistas Multimídia





Quando se fala num profissional multimídia, a primeira imagem que nos vem à cabeça é aquela do profissional “dos mil e um” instrumentos. Um jornalista multimídia deve ser aquele profissional que está preparado e que entende o funcionamento dos meios de comunicação em todos os seus aspectos: produção, difusão, comercialização e administração. Hoje é importante que o jornalista tenha uma visão real do mercado onde atua, além de conhecer a operacionalização de toda a tecnologia existente, para que possa satisfazer, não apenas suas necessidades como comunicador, mas também atender aos variados consumidores dos produtos mídiáticos. O profissional multimídia é também aquele que tem uma noção perfeita das demais profissões da área de comunicação social, sabendo exatamente como atuam e pensam, dentro da lógica de mercado de cada um.








A expressão, apesar de desgastada pelo uso, denota uma certeza cada vez mais inquestionável no jornalismo atual. O processo de captação da notícia, sempre, ou quase sempre, circunscrito a uma das mídias, ganha complexidade e ameaça embaralhar as fronteiras entre os diferentes formatos jornalísticos. Esta nova realidade profissional, aliada à miniaturização dos equipamentos de apuração, exige do profissional uma formação diferenciada: além de competência e talento para desempenhar a função de repórter, os candidatos a jornalista precisam também saber trabalhar com filmadora e câmera fotográfica, além de manipular arquivos de áudio e vídeo.






O profissional multimídia não pode ser confundido com o profissional que sabe operar variados e sofisticados instrumentos eletrônicos. Este profissional deve conhecer principalmente: como funcionam as forças do mercado, como pensam os profissionais de outras áreas, como se processam as relações profissionais entre si, como elas utilizam os meios de comunicação e como se gratificam ao utilizar cada veículo. Hoje, exige-se cada vez mais do repórter que apure os fatos e os armazene em diferentes dispositivos: áudio, vídeo, foto e texto. Em outras palavras, o jornalista multimídia não é mais só aquele que trabalha para suportes digitais. Todo o processo de captação da notícia passa a ter a marca dessa multimidialidade.


LEIA TAMBÉM:

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De Barriga



A publicação de uma notícia falsa ou imprecisa é chamado no jargão jornalístico de barriga. Ultimamente a imprensa brasileira vem cometendo várias “barrigadas” ao se precipitarem em noticiar desfechos de acontecimentos sem apurarem corretamente o caso. Como no caso Eloá, Alguns veículos de comunicação divulgaram precipitadamente a morte da garota que foi mantida em cativeiro por seu ex-namorado na cidade de Santo André (SP). A adolescente só viria a morrer horas depois da divulgação. Além disso, a mídia num primeiro momento "comprou" a versão oficial da polícia de que a invasão ao apartamento só ocorreu após disparos de Lindemberg (ex-namorado de Eloá), idéia negada por Nayara (amiga de Eloá) que também ficou na mira do criminoso durante o sequestro.




O caso mais famoso de barriga na imprensa brasileira e o da Escola Base, a partir da acusação por duas mães de que seus filhos sofriam abusos sexuais por parte dos proprietários da escola. Os donos da Escola de Educação Infantil Base foram acusados de usar crianças como modelos de fotos e filmes pornográficos. Os proprietários sempre negaram qualquer envolvimento em ações do tipo. Exames posteriores realizados nas crianças não confirmam o suposto abuso. A escola sofre depredações e saques por parte de moradores e pais de alunos. Pouco tempo depois se comprova por meio de novos exames e de conversas com as crianças que não houve abuso sexual. O inquérito chega à conclusão de que os acusados são inocentes.




Esse ano novamente a imprensa brasileira se precipita e comete mais uma barriga no caso Paula Oliveira. Paula teria sido supostamente agredida por skinheads nos arredores de Zurique e abortado dos gêmeos que supostamente estava esperando. Paula confessou à polícia local que o suposto ataque não passou de uma farsa e que ela nunca esteve grávida. A polícia especula que o objetivo de Paula seria processar o Estado por causa da agressão para obter uma indenização que poderia chegar a R$ 200 mil.




O suposto ataque a Paula remete ao tratamento recebido por brasileiros no exterior. Nos últimos meses alguns brasileiros foram barrados ao tentarem entrar na Espanha. Disputa política e combate à imigração ilegal podem ser razões das medidas. O preconceito também é um dos motivos dos tais procedimentos para barrarem a entrada de brasileiros em outros paises por conta do tráfico de drogas e o turismo sexual.